Salve nobres,
Publicamos hoje a tradução de mais um texto da série das grandes cervejarias da Itália, de autoria Antonio Mennella, publicado no seu livro La Birra nel Mondo, volume I (Meligrana Editore) traduzido do site italiano Giornale della Birra.
Empresa histórica, uma das poucas ainda de propriedade familiar. Foi fundada em 1857 por dois empreendedores de Merano, Johan Wallnöfer e Franz Tappeiner, em uma localidade nos arredores de Lagundo (na província de Bolzano) chamada Forst (floresta, em alemão). O mesmo nome que deram à cervejaria. O lugar era ideal, não apenas pela água cristalina que jorra das nascentes do vizinho monte Marlengo, mas também pela possibilidade de armazenar durante o inverno o gelo que serviria depois, no verão para resfriar as adegas escavadas na rocha.
Em 1863, a empresa, que produzia apenas 230 hectolitros por ano, foi adquirida por Joseph Fuchs, um agricultor, proprietário de uma estação dos correios que, com a ajuda da esposa Filomena, soube lançar as bases para uma continua evolução da atividade. Na verdade, se deve a ele a construção do verdadeiro sítio industrial, que chegou até nós, aninhado em ambos os lados da antiga estrada imperial que leva de Merano ao vale de Venosta.
Em 1890, a Forst dotou-se de compressores de refrigeração Linde e, dois anos depois, quando morreu Joseph, substituído na gestão por seu filho Hans, produzia já 8900 hectolitros, para atingir os 22.500 em 1901 e os 64 mil em 1913.
Portanto, se a Forst se tornou uma verdadeira protagonista do nascente mercado italiano de cerveja, o foi certamente graças a melhora da situação econômica geral. Mas, os fatores principais devem ser atribuídos a inovações industriais, grandes investimentos estruturais e a expansão do mercado em Trentino e no vizinho Reino da Itália.
Por ocasião da morte de Hans Fuchs (em 1917), tomou as rédeas da empresa a esposa, Fanny, até 1933, ano em que a direção da empresa passou às mãos do filho, Luis (“Alois”), graduado na Universidade da Cerveja de Weihenstephan, na Baviera.
Aquela foi a era da consolidação comercial e produtiva, inclusive com a aquisição de outras indústrias concorrentes locais nos anos trinta: a Cervejaria Blumau, de Vilpiano (que depois será cedida a Dreher) e a Cerveja Maffei, de Rovereto.
Em 1948, a Forst estipulou um contrato com os irmãos sicilianos Andrea e Francesco Vesco que assegurava ao, então em construção, Centro de Engarrafamento Siciliano de Produtos Alimentares (CISPA), de Palermo, a exclusividade do engarrafamento e fornecimento da cerveja Forst em toda aquela ilha.
Morto Luis em 1989, a cervejaria passou à direção da viúva, Margarethe Fuchs von Mannstein.
Em 2011, foi inaugurado um novo e grande departamento de mosturação, projetado pela Stahlbau Pichler, de Bolzano. E, no correr dos anos, a Forst se desenvolveu até se tornar uma das principais empresas produtoras de cerveja na Itália. Neste momento é a única cervejaria italiana de condução familiar.
Empresa de importância nacional, a Forst produz 700 mil hectolitros por ano, colocando-se ao lado da Birra Castello. O estabelecimento é, sem dúvidas, o mais bonito da Itália (estruturas decoradas por pinturas e balcões de madeira que dão a ideia de um burgo medieval) e dispõe de uma tecnologia moderníssima. Recentemente, com a construção de uma nova estrutura, a capacidade produtiva foi elevada a 900 mil hectolitros anuais. Um sistema de aproveitamento energético assegura a máxima eficiência no uso da energia térmica.
Anexo à cervejaria, um bonito restaurante, o Bräustüberl, com cozinha tradicional e cuidada, é o ponto de encontro para os fiéis apaixonados locais dos produtos Forst que são servidos na torneira. Durante o verão abre um agradável Bräungarten, refrescado pela sombra das árvores. Em 1993, foi reaberto o histórico estabelecimento da cervejaria Forst, surgido em 1954 em Trieste. Enquanto continua, em diversas cidades da Itália, em parceria com o grupo Spiller, a abertura dos próprios estabelecimentos Spiller (cervejaria-restaurante).
A Forst fabrica cervejas de baixa fermentação de clara influência austríaca. Controla, desde 1991, a cerveja Menabrea, de Biella. Opera também no setor de bebidas não-alcóolicas através do controle da Aquaeforst, de Lagundo e Kaiserwasser, de San Candido. Importa e distribui as cervejas alemãs da Weihenstephan. E, inevitavelmente, para estar em contato direto com os consumidores, é amplamente empenhada no patrocínio de eventos esportivos de grande relevo (como a Copa do Mundo de esqui alpino).
E se você quiser saber mais sobre o mercado de cerveja na Itália, você também pode assistir o vídeo que fizemos sobre o tema no nosso canal do Youtube: